quarta-feira, 16 de março de 2011

Por que me ufano - I

Hoje foi dia de visitar Itaipu.   Ouvia muito falar de Itaipu, aliás era parte de meu dia-a-dia, quando trabalhava na Themag (isso há 35 anos).  A empresa prestava serviços civis (projetos) para a Itaipu Binacional.  Ouvia muito falar de Voith, Bardella, Mecânica Pesada, Brown Boveri, todos nomes que estão lá na Usina de Itaipu por meio dos equipamentos que forneceram.Coisa de gigante.

Comecei com a visita completa (externa e interna) à usina propriamente.  Tudo limpo, organizado, bem dimensionado, pensado, planejado para receber bem o visitante.

A usina é projeto ítalo-americano, e a tecnologia é suíça, alemã e francesa.  A administração, mão-de-obra, ônus e benefícios dividem-se irmanamente, isto é, 50/50 entre brasileiros e paraguaios.  Na verdade não é uma ltda., não é uma s.a., não é uma joint. A Itaipu Binacional é produto de um acordo assinado em 1973, e por ele é regida até hoje.  A usina foi concluída de fato em 2007 - Lula esteve lá para discursar.  US$ 50 milhões de cada um dos países + um empréstimo literalmente bilionário com o BMundial, que termina em 2023.  A empresa é rentável, se mantém, tem futuro, é considerada de altíssima qualidade técnica, reconhecida internacionalmente, é a maior geradora de energia do planeta, tem centros de pesquisa avançadíssimos, observatório astronômico, programas sociais que empurram Foz e o Paraguai rumo ao desenvolvimento, está subsidiando a UILA, Universidade da Integração Latino-americana, dá trabalho para muita mão-de-obra da região, capacita, enfim, primeiro mundo inquestionável.  E é claríssimo seu respeito ao meio-ambiente, à comunidade.. Aliás, se me vendassem, me levassem até lá, falassem em inglês comigo, eu juraria que aquilo não é Brasil.  Impressionante o que boa gestão, visão, competência técnica, compromisso podem fazer.  Tem de ver para crer.  Todo brasileiro deveria visitar a Itaipu, até antes de qualquer praia linda do nordeste (que está lá porque está, e pode acabar porque não sabem cuidar dela ou trabalhá-la de acordo).  A Itaipu é prova que podemos, num terreno que não nos foi concedido, mas conquistado, e que pode impactar nossas vidas cabalmente.

Tanto planejadores, quanto executores, são mestres em infraestrutura, em plano B, em fazer bem feito.

Tudo lá é na base do mega: centenas de milhares, ou milhões, em watts, em metros cúbicos, em altura, em extensão. Uma coisa!  Um exemplo: a vazão do vertedouro hoje, que está com pouca vazão, equivale às Cataratas do Iguaçu x 9. A plena potência seriam 40 vezes por hora a vazão das cataratas.  A barragem é parcialmente de cimento, parte de pedras (são especialíssimas), parte de terra.   Cavou-se ali n vezes mais que para construir o Eurotúnel.  Hoje são só 800 empregados no local, mas já foram 40.000, de todas as partes do Brasil.  Enfim, é tudo grandioso, e grandiosa é a usina. Lema: poupe, reutilize, recicle.  Foi isso que fizeram desde sua construção.

O serviço ao visitante é basntante organizado.  Os guias falam em português e espanhol.  Aqui meu único reparo: (1) para os que falam inglês ou outra língua, poderiam ter gravações - os ônibus têm a possibilidade de conexão para audio; (2) a lanchonete, que pertence à Associação dos Funcionários da Usina de Itaipu, é fraquíssima. Poucas opções.  Lá comi um dos piores salgados da vida.  Poderiam, e deveriam, melhorar muito, pois isso significa entrada $. Tenho certeza de que muita gente deixa de consumir justamente pela pobreza e qualidade duvidosa da oferta.

O ônibus que leva para o passeio pela usina é confortável,com ar-condicionado, água.

Hoje, o grupo do meu horário era 50% de brasileiros e 50% de estrangeiros (uns 15 visitantes).

Link de fotos e vídeos no próximo post.

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